Animação Vocacional

A messe do Senhor

A missão nos impele a partir
E vencer da fronteira o limite
Pois o arauto não cessa de ouvir
De Jesus o ardoroso convite:
“Também vós, de manha ou à tardinha
Ide todos trabalhar na minha vinha!”

Inflamados de ardor missionário
Os chamados cultivam a messe
Do Senhor, o primeiro operário
Pois assim o seu Reino Floresce!
“Também vós, de manha ou à tardinha
Ide todos trabalhar na minha vinha!”

Vocação tem por nome um serviço
Aos eleitos de Deus confiado
Ninguém pode tornar-se omisso
De amor a tão nobre chamado.
“Também vós, de manha ou à tardinha
Ide todos trabalhar na minha vinha!”


Vale a pena dizer “SIM” à proposta
Do ideal que ilumina nossa história
E, na vida, ir tecendo a resposta
De quem luta e conquista a vitória!
“Também vós, de manha ou à tardinha
Ide todos trabalhar na minha vinha!”


Gente brava, nativa ou migrante
Quer do norte, do sul ou nordeste
Sonha alto, na luta incessante
De tornar este chão mais celeste!
“Também vós, de manha ou à tardinha
Ide todos trabalhar na minha vinha!”

Frei Francisco Costella.
(Frei Francisco Costella atualmente é Vigário Paroquia na Paróquia São Sebastião de Anápolis – GO)





Carta Circular (por Frei Bernardino de Asti - 1548)


Venerados padres, irmãos e filhos, salve!



“Alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito: alegrai-vos, pois o Senhor está próximo e ele toma cuidado de vós”. Como as vestes preciosas constituem os ornamentos do corpo e o fazem aparecer mais bonito do que é na realidade, assim as virtudes celestes são as vestes preciosas e os ornamentos da alma e a tornam verdadeiramente mais bela. Elas (as virtudes) a elevam a uma dignidade que de adultera e escrava do demônio, a alma torna-se a esposa de Santíssimo imperador divino, nosso Senhor Jesus Cristo, rainha e imperatriz do reino e império celeste.

Destas virtudes a mais digna e a primeira de todas é a caridade, na verdade, virtude suave e amável. As pessoas carnais, mundanas e sensuais agem como se dela estivessem revestidos, mas devemos, entretanto evitá-los e mesmo distanciar-se deles, como nos adverte o nosso bom mestre quando ele diz: “Vós os reconhecereis aos seus frutos, isto é, pelas suas ações”. É por isto que vos indico dois meios de saber de a caridade está em vós e nos outros.

1.      Quando virdes um frade capuchinho assíduo à oração e zeloso com a santíssima pobreza, ser caridoso com os irmãos espirituais e com o próximo em geral, acreditai-me, que este irmão reside à verdadeira caridade.

2.      Mas se virdes um frade negligente na oração e deleitando-se na vida fácil, na abundância das satisfações sensuais e que, entretanto, prega e elogia a caridade, distanciai-vos e tende-o por suspeito. Não acrediteis que sua caridade seja real, é uma simples aparência dos sentidos, amor de seu corpo e sensualidade. Pois a Caridade não pode permanecer em nós sem as outras virtudes indispensáveis, particularmente, sem as duas virtudes das quais vos falei: a oração e a pobreza.

A atenção continua com a santa pobreza é um sinal sem equivoco da sincera caridade com as outras virtudes. Quando, pois vocês encontrarem um frade capuchinho desprezando a pobreza, mostrando pouco zelo com ela, tende sua oração por suspeita e igualmente seu zelo exterior pela pobreza. Aconteceu de vermos, com efeito, certos frades que brilhavam exteriormente do zelo pela pobreza, mas que, depois, voltaram à vida fácil. Não devemos julgar, mas eu penso que a causa principal da ruína de certos frades foi sua falha na oração.

Se algum deseja ter inteira segurança quanto a sua própria situação é necessário que tenha a pobreza e a oração. Convençamo-nos que jamais uma casa resistirá às tempestades se não tiver boa fundação; do mesmo modo nós, não poderemos resistir se não observarmos a santa pobreza. Deus poderia permitir que nossa ordem caia na ruína. Infelizes dos capuchinhos que procurarem facilitar nosso modo de vida. Na realidade eles não serão mais frades menores de São Francisco, mas sim discípulos de frei Elias e, como diz o apóstolo, inimigos da cruz de Cristo, nosso Deus e destruidores da Ordem.

É por isso, meus caros irmãos, que eu exorto a vós, tanto quanto posso fazê-lo, estejam atentos a humilde oração, rezando de todo vosso coração ao Senhor, a fim de que ele aumente sem cessar em vós as santas virtudes, especialmente a santa caridade e a pobreza que com a oração são os mais necessários  e preciosos ornamentos dos verdadeiros frades menores. Sem eles, nenhum frade capuchinho poderá dar graças a Deus nem entrará nas núpcias eternas do divino esposo, que vos abençoa e vos conserva sempre na santa graça e santa paz.



Todo vosso

Castrogiovanni, 6 de junho de 1548

Fr. Bernardino d’Asti